RESTAURANTE: Alimento ou remédio que tem a propriedade de
restaurar as forças de uma pessoa doente ou esgotada. O consomê e o extrato de
perdiz são restaurantes excelentes. Vinho, conhaque e licores são todos bons
restaurantes para aqueles que estão sem energia. Alguns restaurantes são
destilados a partir dos sucos de carnes leves e temperadas combinados com vinho
branco suave, águas e preparados em pó estimulantes, conservas, electuários e outros
ingredientes bons e adocicados. O aspic é um tipo de restaurante, porém mais
nutritivo e de consistência mais firme que os outros, sendo líquido.
[FURETIÈRE, DICTIONNAIRE UNIVERSEL (1708)]
RESTAURANTEURS: Os restauranteurs são pessoas habilitadas a
preparar os verdadeiros consomês, chamados restaurantes ou caldos do príncipe,
e que têm o direito de comercializar todos os tipos de cremes, sopas de arroz e
vermicelli, ovos frescos, macarrão, capão guisado, geleias, compotas e ouros pratos
delicados e salutares.
Esses novos estabelecimentos, que desde o princípio foram
chamados Restaurantes ou Casas de Saúde, devem sua instituição em 1766, nesta
capital, aos Messieurs Roze e Pontaillé.
O primeiro desses restaurantes, que em nada perdem para os
cafés mais bonitos, foi aberto na rue des Poulies; mas, por não ser um lugar
muito propício, foi transferido para a rue Saint Honoré, hotel d’Aligre, onde é
dirigido com o mesmo sucesso e segundo os mesmos princípios de higiene, decência
e honestidade que sempre devem formar a base desse tipo de negócio.
O preço de cada item é específico e fixo; qualquer um pode
ser atendido a qualquer hora. Senhoras são admitidas e seu jantar pode ser
preparado a um preço fixo e módico. Esse estabelecimento tem como slogan a
seguinte encantadora parelha de versos:
Hic sapidè
titillant juscula blanda palatum,
Hic datur effaetis pectoribusque salus.
(Aqui estão molhos saborosos para estimular seu paladar
delicado,
Aqui, pessoas debilitadas encontram peitos saudáveis.)
[MATHURIN ROZE DE CHANTOISEUA, TABLETTES DE RENOMMÉE OU
ALMANACH GÉNÉRAL D’INDICATION (1773)]
In: SPANG, Rebecca. A Invenção do Restaurante – Paris e a
Moderna Cultura Gastronômica. Rio de Janeiro: Record. 2003. p. 7
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