26 maio 2021

Menu: Lua eclipsada

Karê do fluxus 

Gohan

Pêssego com um nadica de gengibre



 “PEÇA DE MAPA 

Desenhe um mapa para perder-se.” 

Yoko Ono 

Primavera de 1964


        Quando a gente fala em Lua Cheia, levamos em consideração o mapa da Lua Nova, pois a cheia é um momento dentro deste ciclo. É a metade do caminho, a configuração em que a Lua está no grau mais longe possível do Sol (180°) e agora volta a se aproximar dele até que o encontre e dê início a uma nova Lunação. Na Lua Nova trouxe a imagem da natureza morta, propus que a gente se expresse, de forma autêntica e despretensiosa — já que o mapa apresenta tantos pontos cegos para nós, ela é quem poderia dar pistas sobre a lunação. 

        Desse texto, vou puxar um fio que se mostrou discretamente. Puxar esse fiozinho acaba sendo muito coerente com a proposta de expressar sem filtros e então fazer as edições, amarrações, mesmo sem saber conscientemente do que se trata.

        Especialmente porque essa Lua Cheia não traz clareza. Parte dela está eclipsada. A luz do Sol que vai da casa Um (eu) não chega totalmente até a casa Sete (outro). A Terra produz um ruído nessa transmissão.[1]



        O fio que puxo é a imagem do artista como pai, que dá a semente — o livro por exemplo — e o leitor gesta e o complementa de acordo com seu vocabulário próprio; portanto o leitor, acolhedor, lunar, é a mãe. O eclipse faz com que essa entrega fique comprometida porque o ruído do eclipse é muito grande.


Mercúrio 

        Mercúrio é o escritor. Nos mapas natais, quando você quer saber sobre a maneira de se comunicar de um nativo, já dá aquela primeira olhada na situação do Mercúrio. Nos mapas mundanos, como os mapas das lunações, que se referem a uma sociedade, ele rege o comércio, a imprensa, os sistemas que possibilitam a nossa comunicação. Mercúrio é o mensageiro do Olimpo, tem liberdade para transitar até mesmo no Hades, onde ninguém chega para visitinha surpresa.

        Mercúrio quando está, como hoje, em sua própria casa, Gêmeos, é leve, ágil, esperto, divertido, inteligente, e é dois. E assim,como também está nesse momento, em sua casa de júbilo, a casa Um, me lembra aquela expressão “há uma festa na minha boca e todos foram convidados”, mas ao contrário: “há uma festa em cada lugar e em todas Mercúrio é convidado”.

        A situação dele está deliciosa: não só não está sob os raios do Sol como é o dispositor do luminar, ou seja, o Sol age à maneira de Mercúrio. Ainda sobre a situação delícia de Mercúrio: com o grande maléfico está em trígono, então se machucar há de ser construtivo; do pequeno maléfico está escondido; para justificar o termo delícia,segue na companhia benéfica da Vênus, mimetizando a bonita e assim influenciando também o Sol.

        E a gente segue escrevendo, desenhando, dançando, cozinhando, agora com (mais) júbilo mas com pouca pretensão de fertilidade, pelo menos por enquanto.

        Porque além do eclipse da Lua, que está na casa Sete, a casa que fala do outro (o fruidor, nesse caso), Júpiter pode receber a mensagem, já que é o regente de Sagitário, signo que abre a casa Sete. E ele recebe a mensagem, mas por quadratura.

        Júpiter e Lua estão também em quadratura, fertilidade de que jeito?

        De qualquer maneira, a gente não é Mercúrio e não nasce pronto [2], então pratiquemos nossa linguagem até um momentos mais auspicioso. Quem sabe é disso que se trata o trígono com Saturno: as atividades devem ser maturadas.

        

Fluxus 

        Tem vezes que o código em que vai a mensagem não é conhecida e decodificada pelo receptor. Tem vezes até que o código se faz junto com as mensagens. 

        Na aurora do que hoje chamamos Arte Contemporânea houve um movimento com artistas de várias áreas, que colocou que toda ação humana é arte: cumprimentar um vizinho, fazer uma salada, caminhar, escovar os dentes; quando todos nós nos apropriarmos desses happenings, seremos todos mais criativos e com menos barreiras para nossas expressões.

        Eles fizeram isso sob um nome bastante mercurial: Fluxus [fluxo, movimento, escoamento] pois o processo era mais importante do que ter uma peça pronta para ser colocada no mercado.

        “Além disso, havia o sonho do Fluxus, ou de Maciunas, que era a ‘auto-eliminação do Fluxus’. Basicamente ele queria dizer que o conteúdo das obras, a compreensão consciente de ocorrências completamente normais do dia a dia como cumprimentos, o som da água pingando, limpar instrumentos musicais ou outros objetos, um dia seria entendido e apresentado como uma performance consciente feita diariamente por tantas pessoas que o palco já não seria necessário. Aí Fluxus estaria ocorrendo dentro das cabeças das pessoas nas ruas, a unidade entre vida e arte seria atingida e assim arte como ‘arte’ se tornaria supérflua.



        Os esforços se davam para a construção de uma nova perspectiva de ação que primava por se afastar gradativamente dos valores burgueses de consumo desenfreado, da primazia pela autoria e das instituições artísticas que desempenhavam papel de agentes legitimadores no âmbito das artes. Desse modo, os trabalhos Fluxus objetivavam manter um caráter de não-obra, ou seja, sem um valor material ou de estima agregados, pertencentes ao campo da vida cotidiana, do ordinário. Muito comumente estes trabalhos eram feitos a partir de objetos e materiais baratos, reproduzíveis, simples, facilmente encontrados, e no geral, todas as suas atividades artísticas, tinham origem nas vivências do dia-a-dia.“ [3]

        Grande parte dos trabalhos do Fluxus eram happenings, eventos, que não utilizavam a forma estabelecida, e que não resultavam em peças para museus, supunha-se.

        A posse dessas informações diminui o ruído e torna muito mais nutritivo assistir, por exemplo, estes eventos da Yoko Ono. E o site do Fluxus Festival.

        Ou a proposição de peça da Alisson Knowless: 

“Prepare uma salada.” (1962) 

e sua variação: 

“Prepare uma sopa.” (1964)


        Recomendo também este vídeo mais didático e com mais exemplos e é muito legal que o Allan Burkoff se refere a eles como cultural tricksters, muito Mercúrio.

        

Uma comunicação sempre eclipsada 

        Como falar de comida?

        Ao escrever sobre comida a gente sempre conta com esse eclipse. 

        Cada um que come tem suas preferências, suas lembranças que marcaram uma comida ou outras, suas referências que marcaram uma comida ou outra, seus gostos, e cada um é firme a respeito desse vocabulário.

        Portanto, ao falar de comida, a gente também lida com a casa Oito, que é a parte do outro que a gente não vê, e é onde aconteceu o encontro da Lua com o Sol e que marcou o ciclo em que estamos.

        Particularmente, eu gosto bastante disso. Eu gostava de estudar Artes mas sempre foi incômoda a distância entre a teoria tão bonita,os conceitos e enfim, toda a carga que enriquece o trabalho e na outra ponta o observador que não tem o vocabulário. É bonito ouvir que o que importa é a experiência do observador, independente do conhecimento que ele tenha, mas sinceramente, muitas vezes é uma experiência intimidadora.

        Quando escorreguei para a cozinha essa relação mudou radicalmente! Eu não precisava mais explicar nada, ao contrário!, eu recebo muito, muito. Um comensal me conta uma memória, um me conta uma técnica, um diz que detesta berinjela, tem os investigadores, que buscam dissecar os sabores, racionalizar, e eu sempre acabo aprendendo com eles, já que é uma coisa que não costumo fazer mas que na hora de escrever se faz necessária.

        Gosto de saber que quando eu escrevo berinjela cada um que lê já tem uma imagem de berinjela[4], que é sua e não será substituída mas vai acolher qualquer coisa que eu possa falar ou propor sobre ela. Mesmo se a reação é repulsa. Como acolhimento quero dizer imaginar, abrir um espaço mental, reagir. Ler é um ato de grande generosidade. Obrigada <3

        

        Há textos que devem ser precisos: a crítica, por exemplo. 

        A crítica gastronômica tem a função de comunicar mais diretamente a respeito do que você pode esperar de um restaurante. Por isso deve ser, na medida do possível, livre de subjetividade (ou com subjetividades compartilhadas, talvez). O leitor, quando busca a informação dentro do seu dia — Onde jantar no sábado? — não busca devaneios, ele quer saber o que vai encontrar e então tomar ele mesmo a decisão.

        Além da comida em si, o crítico deve falar do atendimento, do sommelier, se houver, e, imprescindível, falar sobre o ambiente do restaurante.[5]

        Uma ideia para esta refeição, mas que já nasceu engaiolada era propor, no lugar de fazer a comida, ler uma crítica gastronômica de sua cidade e fazer uma refeição no local, conversando com o texto da crítica. Mais divertido ainda seria dar um passo além: propor que cada um escreva um texto um lugar e troque com um amigo da mesma cidade, em vez de usar um texto profissional. Fica pro ano que vem (tomara).

        Mas quem queria esse tipo de texto afinal? O Sol, que no mapa da lua nova estava em Touro e buscava segurança, e na casa Oito, querendo alumiar um caminho para o outro, ele sim gostava desse tipo de texto. Mas agora está no mutável Gêmeos então tudo bem. Tudo passas

        Júpiter também estava em signo fixo, agora está domiciliado no mutável Peixes, e é assim que dispõe a Lua Cheia em Sagitário, também um signo mutável. “A única coisa que não muda é a vontade de mudar.”

        Mercúrio e Vênus, que estavam, na ocasião da lua nova, na casa Nove, estetas, com toda a teoria da arte na ponta das línguas, agora foram para a casa Um, assentar as ideias no corpo, nos gestos. Todo gesto será uma obra de arte! O Sol está com eles, abre caminho para a casa Três regida por ele: todo gesto cotidiano, cumprimentar um vizinho, trocar uma lâmpada, mandar uma mensagem, tudo será arte.


        Mercúrio então dá um rodopio nas ideias:

        “Não precisa ir a lugar nenhum. 

        Todo lugar pode ser olhado de outros jeitos. A gente pode fazer isso literalmente simplesmente olhando por outro ângulo.”

        Recentemente passei bastante tempo no chão. Li, escrevi, fiz refeições no chão da sala, no chão da varanda, do corredor, e é tão curioso como o espaço realmente se transforma.

        Voltando um pouquinho no texto da lua nova: mesmo que literalmente a fotografia seja a escrita da luz, em pinturas naturalistas também é a luz que preenche o espaço e revela as formas, os volumes e o humor

        Quando você, mesmo na sua sala, muda de ponto de vista e portanto vê a luz abraçando os objetos de outra maneira, muita coisa muda. 

        A Lua pode bater de frente, dizer que prefere assuntos mais elevados, formas mais bonitas. Disposta por Júpiter vistosíssimo na casa Dez, lembra que o sufixo nomos [5], de gastronomia, se refere a leis.

        Mas os planetas na casa Um, tal qual os fluxistas, peitam, quadram Júpiter e a instituição. Quebram a mesa, metaforicamente. Pelo trígono, confiam que Saturno — que decide o que ficará para a História, e que agora anda para trás e permanece com os valores aquarianos — está de acordo com eles.


Menu 

        MenuS. 

        Porque a casa tem vários pontos de vista não explorados.

        Basicamente, refeições de um prato só que não precisam ser cortadas, pra poder comer no colo. Pega sua cumbuca e escolhe um lugar inédito. Se você quiser fazer um happening bem Fluxus, se enrolar em gaze, serrar o fogão, fazer barulhinhos a cada bocado, faz e me conta por favor.

        O preparo que elegi pra ilustrar o mapa vem de uma história pessoal, uma receita que aprendi com ruídos mas não quis ouvir a casa Sete que me dizia que estava errada. Eclipsei mesmo, fiz ouvidos moucos. Continuo fazendo até hoje. Há alguns anos, passei as férias no inverno assistindo animes, e de tanto ver os personagens se deliciando com karês, por exemplo, eu também quis. Busquei a receita na internet , encontrei uma que me pareceu boa, fiz e fiquei apaixonada, é maravilhoso, quente, interessante, confortativo! UMAI!

        Um pouco depois, quando visitei a cidade grande, fui a uma casa especializada em karês, e foi extremamente decepcionante! Não deixo de considerar que pedi vegetariano e recebi só o molho com dois pedacinhos de batata nadando ali tristes e solitários, mas o molho estava chato, era água com curry e maisena, basicamente.

        Os amigos que estavam comigo não acharam nada de errado, inclusive contaram que suas mães também fazem assim e karê é curry então eu que não deveria colocar ao léu um monte de legumes, shoyu, pimenta, amendoim e muito menos leite de côco! 

        Pensando bem, faz sentido, já começa a caminhar em direção à Tailândia, à Malásia, ahahahah. Mas é muito mais gostoso e eu continuo fazendo assim. E digo mais! Coloco pedacinhos de coco delícia de morder! Vênus, me defenda por favor! Tem uma festa no meu karê e todos foram convidados.

        

        Pras refeições fora do lugar, dá pra retrogradar e puxar o Chop Suey do Manoel de Barros; se você não fez o Shiro Wat da lunação de Áries, essa é uma boa hora! Ele é muito interessante e chega a ser misterioso, pertinente para essa lunação também, e dá pra levar até na garrafa térmica, como no vídeo. O risoto da lunação de Escorpião também passeia bem num prato fundo.

        A escolha da sobremesa vem da lenda do Momotarō, o menino pêssego. Na cena de uma das animações que contam a história do Momotarō, a imagem abaixo me pareceu o rolê do Mercúrio com a Vênus: a franja do menino parece as asinhas mercuriais, o pêssego na vela lembra Vênus, já que o pêssego, com sua polpa macia, suave e deliciosa, e sua bundinha aveludada, é uma fruta muito venusiana.


        A animação é essa aqui e como não tem legenda mas nas notas segue a história por escrito pra gente se localizar.[6] 

        Além disso, o pêssego fecha muito bem os sabores do karê e o gengibre mantém a luminosidade leve do Sol em Gêmeos.


Notas: 

[1] fonte da imagem https://www.slideshare.net/giorgiabarreto/processos-de-comunicao-87186187 

[2] Os feitos e a natureza de Hermes, por Robert Graves

[3] Atania, Emanuelle Schneider. In Fluxus :Ressonâncias Fluxus no Acervo do MAC USP, tese de mestrado. orientadora Maria Cristina Machado Freire. São Paulo, 2011 https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-04042013-093542/publico/2 011_EmanuelleSchneiderAtania1.pdf 

[4] sobre isso, lembro o livro Delícias do Descobrimento, citado anteriormente, com as descrições dos primeiros portugueses que chegaram ao Brasil e ainda não conheciam várias plantas e animais. 

[5] Reichl, Ruth. Alhos e safiras - A vida secreta de uma crítica de gastronomia disfarçada. Rio de Janeiro. Objetiva: 2006





[6] Nomos (em grego, Νόμος) é, na mitologia grega, o daemon das leis, estatutos e normas.[1] É marido de Eusébia (deusa da piedade) e pai de Dice (deusa da justiça e vingadora das violações da lei). Nomos é geralmente um aspecto de Zeus, não sendo considerado um deus separado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nomos_(mitologia)


[6] A Lenda de Momotarō (桃太郎) 

    Era uma vez um casal de velhos que viviam em uma aldeia em Okayama. O ancião ia para as montanhas todos os dias para cortar madeira, enquanto sua esposa ia ao rio para lavar roupas. Um dia, enquanto a velha estava no rio lavando roupas, um grande pêssego flutuava nas águas! 

    Parecia tão delicioso que a anciã decidiu levá-lo para casa para ela e seu esposo comerem. Para o espanto do casal, ao cortarem o pêssego, viram que havia um menino dentro! O casal que não tinha filhos, ouviram a criança dizer: “Não tenham medo. Não sou um demônio ou uma fada. O céu ouviu o seus pedidos e me enviou para ser o seu filho e cuidá-los na velhice.

    Ao ouvir isso, o velho e sua esposa estavam muito felizes. Eles choravam de tristeza por não ter filhos e oravam todas as noites para serem abençoados com um que pudesse aliviar-lhes da solidão. Eles decidiram chamá-lo de Momotaro, que significa “menino pêssego”.

    O velho casal criou Momotaro para ser grande e forte. Um dia, ele decidiu sair de casa para derrotar os onis (demônios) que viviam em Onigashima, uma ilha demoníaca bem distante dali. Os onis estavam causando terror entre os aldeões, matando e saqueando os moradores.

    A princípio, o casal não gostou da ideia de ver o filho querido partir nessa viagem tão perigosa, mas ao mesmo tempo sentiram-se orgulhosos pela coragem do menino que na época tinha apenas quinze anos de idade. Acabaram permitindo que o menino fosse pois era forte e destemido, e, além disso, havia sido enviado para eles como um presente do Céu.

    O velho pai acreditava que os demônios não conseguiriam prejudicá-lo. Disse a ele: “Vá para a ilha o mais rápido possível, destrua os demônios e traga a paz para a terra”. “Obrigado, por toda a sua gentileza“, disse Momotaro, que começou a se preparar para ir nesse mesmo dia. 

    Os pais preparam diversos kibidangos (黍団子), uma espécie de bolinho japonês feito de mochiko (farinha de arroz), para Momotaro levar na viagem. Os olhos dos dois idosos estavam cheios de lágrimas e sua voz tremia quando eles disseram: “Vá com todo o cuidado e velocidade. Esperamos que com as bênçãos dos deuses, volte logo e vitorioso!”.

    Na manhã seguinte, Momotaro partiu para a funesta ilha, levando consigo os kibidangos. No caminho, um macaco, um cachorro e um faisão se juntaram a ele, dando-lhes um kibidango em troca de ajuda para lutar contra os onis. Ao chegar à Ilha, Momotaro e seus companheiros descobriram que o portão do forte onde estavam os onis estava trancado. 

    O faisão voou para dentro do forte e pegou uma chave para abrir o portão. Uma vez lá dentro, eles lutaram contra o onis. O faisão bicou os olhos, o cão mordeu as pernas e o macaco pulou nas costas dos demônios. Finalmente, os onis gritaram por misericórdia! Para que suas vidas fossem poupadas, eles deram a Momotaro todo o tesouro que haviam roubado.

    Momotaro e seus novos amigos voltaram triunfantes para a aldeia. Foi recebido com uma grande festa e declarado herói por seu povo. O tesouro foi repartido entre todos os aldeões e seus velhos pais puderam ter uma vida confortável até o fim dos seus dias.” 

https://www.japaoemfoco.com/a-lenda-do-momotaro-menino-pessego/


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Karê do fluxus 

Gohan

Pêssego com um nadica de gengibre


Karê 

daqui 

inclusive o texto é tim tim por tim tim do site da Paula Lumi

Eu não uso a cebola, nem sempre tenho a mandioquinha. Se quiser use outros vegetais mantendo a proporção. 

Gosto de colocar pequenas fatias de coco fresco. Se você se animar, pode fazer o leite de coco e deixar um naco pra cortar e colocar em fatias.

1/2 xícara (de chá) de grão-de-bico cru 

3 dentes de alho grandes picados 

1 xícara (de chá) de cebola picada 

1 xícara (de chá) de cenoura cortada em rodelas (1 cenoura pequena) 

1 xícara (de chá) de vagem cortada grosseiramente 

1 xícara (de chá) de batata picada (1 batata média) 

1 xícara (de chá) de mandioquinha (batata baroa) cortada em rodelas (1 unidade grande) 

1 xícara (de chá) de couve-flor separada em ramos (1/2 couve-flor pequena) 

2 colheres (de chá) de curry em pó 

Sal a gosto 

3 xícaras de água quente 

1/2 xícara (de chá) de água + 2 colheres (de sopa) de shoyu + 2 colheres (de sopa) de farinha de trigo ou amido de milho + 1 colher (de chá) de curry em pó 

Cebolinha picada (opcional)

Leite de coco (opcional) 

Castanha-de-caju ou amendoim para salpicar por cima (opcional)


Em uma vasilha, coloque o grão-de-bico cru, cubra com o dobro de água e deixe de molho por pelo menos 8 horas (veja o por quê aqui). Escorra, lave e cozinhe na pressão, coberto por 2 dedos de água, por 5 minutos depois que pegar pressão. Em seguida, escorra e reserve.

Em uma panela grande em fogo médio, coloque um fio de óleo e refogue o alho e a cebola picados até ficarem levemente dourados. Acrescente a cenoura, a vagem, a batata, a mandioquinha, a couve-flor, tempere com 2 colheres de chá de curry em pó e mexa por alguns minutos. 

Tempere com sal a gosto, adicione a água quente, tampe e deixe cozinhar por cerca de 5 minutos. Adicione o grão de bico cozido, misture delicadamente e deixe cozinhar até os ingredientes estarem al dente.

Misture 1/2 xícara de água com o shoyu, com a farinha de trigo ou amido de milho e com uma colher de chá de curry. Coloque na panela, misture até engrossar e desligue.


Dicas 

★ Corte os ingredientes mais ou menos do mesmo tamanho. Como a batata é mais dura que os demais ingredientes, sugiro que corte ela um pouco menor; e como a couve-flor é mais macia, sugiro separá-la em ramos maiores. 

★ No lugar da água, você pode usar caldo de legumes caseiro, que ensinei aqui. 

★ Você pode adicionar mais curry, pode por pimenta, gengibre ou utilizar outros temperos de sua preferência. 

★ Esta receita de karê também fica boa com abobrinha, brócolis e batata doce. 

★ Se preferir, pode fazer só de legumes, sem o grão-de-bico, porém ele é uma fonte de proteína para esta receita. Na receita antiga eu utilizei proteína de soja, mas ela não tem tantos nutrientes. No lugar do grão-de-bico, você pode utilizar lentilha, mas é importante que deixe ela de molho. O preparo é como na bolonhesa de lentilha, utilizo a lentilha ainda crua, porém hidratada, e ela cozinha junto com os outros ingredientes. Outra opção é utilizar cogumelos, como shiitake ou shimeji. 

★ Se preferir, pode utilizar grão-de-bico comprado pronto. 

★ Eu gosto de salpicar castanha ou amendoim em cima, na hora de servir e no próprio prato, acho que fica muito gostoso. 


Gohan 

Lave bem 2 xícaras de arroz (use a água com amido que sai do arroz para regar as plantas) 

Escorra e coloque em uma panela com tampa, adicione 4 xícaras de água fria. Deixe de molho por pelo menos meia hora. 

Acenda o fogo, quando ferver deixe em fogo baixo até que não dê mais pra ver água na panela, mas que ainda não esteja com o grão seco. 

Você pode ver aqui a carinha dele nessa hora. 

Apague o fogo e deixe o arroz abafado por 5 minutos. 

Dê uma soltada no arroz e sirva.


Pêssego em calda com um nadica de gengibre fresco 

Rale um pouquinho de gengibre fresco sobre pêssegos em calda.


[texto enviado na data da lunação para apoiadores, publicado aqui em 04/03/25]    

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