"Santíssima trindade! Ao mesmo tempo em que é a base, ela se mistura a tudo, tornando-se quase incorpórea mas está lá, dá pra sentir os gostinhos inspiram o prato!"
Ele a roda num passo de dança enquanto cruza a cozinha. À música que toca se junta o frigir dos aromáticos.
"Uma típica trindade cajún — continua — é composta de 2 partes de cebola picada, 1 1/2 partes de aipo picado e 1 1/4 de pimentão verde picado."
O perfume deles caramelizando na manteiga dá pra sentir até do ascendente!
Ela escorre em uma peneira a quirera de milho que está de molho há algumas horas e recuperou seu amarelão. Acrescenta à panela com a trindade refogada e pega uma chaleira com água quente, que verte aos poucos enquanto ele mexe sempre, para evitar uma grande maçaroca de amido. Enquanto cuidam dessa panela, acendem o triângulo de fogo, bem forte. O que quer que seja tostado ali fica bem com a quirera, que tudo ilumina.
Eles gozam da providência divina de ter quiabos à mão, ingrediente importante na cozinha cajún. O quiabo é tostado inteiro até que a pele fique bem tostada e o interior cozido, portanto, sem baba.
Quando os preparos estão prontos, ele retira os talinhos do quiabo e corta em pedaços, para que essa refeição pode ser, se quiser, comida de colher mesmo, rezando.
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