06 maio 2019
Mercúrio em Touro
Touro traz a atenção ao material e sensorial - e já é um clichê tratar os taurinos como gulosos; isso me faz pensar na linguagem da comida.
Além do gosto venusiano pela mesa, Touro exalta a Lua. As comidas trazem um vocabulário afetivo riquíssimo, além do cultural, além do biológico.
Falando em biológico, vocês conseguem sacar quando o corpo está pedindo algum nutriente? Normalmente é através da vontade, linguagem bem taurina, nénão? Lembro que acordava às vezes com uma vontade louca de comer fígado, até o dia em que descobri que a beterraba é rica em ferro, e meu vocabulário mudou e a vontade também foi atualizada de acordo. Isso sempre me impressiona!
E muito mais do que isso, os alimentos estão impregnados de símbolos, de afetividade, de cultura. Li ontem: "A salvo da escassez de alimentos imposta por fatores externos, estamos mais livres do que nunca para projetar nos alimentos significados que nada têm a ver com mitigar necessidades alimentares, buscando com isso, através do comer, satisfazer nossas necessidades afetiva ou de realização sexual, ou dissimular raivas e dores. O alimento também pode ser o depositário de nossos medos secretos e de nossas fantasias de uma saúde perfeita."*
O que eu proponho hoje é a atenção aos apetites, especialmente esses ataques à geladeira que não são por fome; ou melhor, você tem fome de que?
Proponho também que, à mesa, conversem sobre a comida, a que está ali na sua frente, não a que está em tal lugar no passado ou no futuro. Ou se você está sozinho, pode conversar com a comida mesmo, ela tem tanto tanto tanto a dizer!
* JACKSON Eve. Alimento e Transformação
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