16 novembro 2019

oposição Lua-Câncer e Saturno-Capricornio



                 Como estou no começo do estudo de Astrologia, estou francamente em fase de construção de vocabulário; por isso tenho prestado bastante atenção nos trânsitos da Lua em Câncer, que vai todo mês dar aquela boa olhada no Saturno, de cima a baixo, isso enquanto ele estiver em Capricórnio. Ela bem dona de si, ele também. Treta. Exceto pela qualidade fria, são opostos na secura e na umidade, nos seus símbolos - a nutrição e a restrição; até mesmo pela localização na ordem caldaica. Saturno lá tão longe, o último planeta, e a Lua tão pertinho do nosso corpo. Porque Saturno está mais longe, na oposição como a de hoje a Lua é trespassada pela secura de Saturno, mas ela está domiciliada e úmida, então como vai secar? É isso que buga a cabeça do iniciante. 
                 Eu sigo buscando desbugar na cozinha mas dessa vez a solução estava no fundo do copo - quem nunca numa lunação de Escorpião?
                 Há anos amo uma quiche de shitake com café. Tem alguma substância nos dois ingredientes que faz uma ponte entre eles. E essa substância (provavelmente ela) é bem presente na cerveja de café que abri. O perfume dela foi confortante mas no primeiro gole falei: essa cerveja tem gosto de cogumelo! E logo escolhi trocar por outra, meu amigo também não foi muito muito além na garrafa e o resultado: fiquei com aquela cerveja cara aberta e ficando quente. Saturno não gosta de desperdício, na Cabra então, vixe....!
                 Hoje, ciente da memória da quiche que me faltou na hora do copo, peguei a garrafa e trouxe pra Lua. Ela diz: faça um risoto. Não sei se a Lua gosta de risoto porque o arroz é cultivado em água ou porque risoto é molhadinho, aveludado e gostoso que nem um abraço. Sei que foi assim e foi bom porque deu pra pensar no Saturno traduzido por ela.
                 Comecei pelo caldo. Saturno fala de estrutura e a Lua em Câncer de raízes, e o caldo tem essa função. Aqui tinha folhas de cenouras que assei ontem, louro, alho e usei as pétalas externas da cebola pro caldo e deixei o miolo picadinho pro refogadinho. 
                 Existe óleo de coco com sabor de manteiga e foi nele que refoquei a cebola, depois o arbóreo, um pouco de sal e deglacei com a cerveja de café; então um tanto do caldo quente, mais cerveja à medida que o arroz secava. Escolhi não colocar mais shitake e ficar só com a sugestão do sabor dele na cerveja. Finalizei com cenoura assada e, como a Lua está vindo de oposições aos benéficos e trígono com Marte em Libra, bastante pimenta verde, crua. Ela não queima a boca mas dá uma pegadinha na garganta. E como é pimenta em conserva, tem a acidez que compensa a falta do vinho que foi substituído pela cerveja.





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