27 janeiro 2020

Deméter e Perséfone [parte iii] e a Lua em Peixes



                 "A química do fermento não foi completamente decifrada pela ciência. Isto eu considero sinal de que persistem mistérios, em certos recantos do universo, que ainda se nos afiguram opacos. Para mim, o fermento, talvez em função da conexão ou não-conexão com Deméter (já que o budismo nos ensina que a não-conexão pode ser uma forma superior de conexão), associa-se irreversivelmente à ideia de mistério. Confesso meu prazer ao constatar que, se não podemos decifrar o mistério do fermento, é porque ainda existem resquícios poéticos no mundo, que parece, muitas vezes, completamente exaurido e esgotado pelo excesso de exposição."
(John Lanchester)

                 A Fertilidade, na Astrologia como na Biologia, tem a ver com a umidade. Peixes, além de ser signo de umidade, dá domicílio aos dois planetas benéficos - e o termo benéfico, em Astrologia, se refere à qualidade de manutenção da vida. O que vale para as bactérias, que se multiplicam muito bem em ambientes úmidos e não-frios; quando se instalam, elas  podem tornar o nosso alimento impróprio para o consumo ou, ao contrário, podem gerar uma colônia que protege o alimento das bactérias nocivas; transformam esse alimento, seu sabor e textura, até mesmo gerando novíssimas formas, como o queijo e o pão. É como um sonho! Aqui entram também o chucrute, o kimchi, o vinho (e o vinagre), o missô e mais tanta tanta coisa!
                Michael Pollan escreveu um livro em que fala de processos culinários divididos por elementos; a fermentação ficou como o elemento Terra, elemento da Deméter. Ali ele escreveu que “a fermentação (assim como outras técnicas de conservação) proporcionou um recurso importante de segurança alimentar, permitindo que agricultores sobrevivessem aos longos meses de entressafra e resistissem às inevitáveis colheitas ruins.”  Em tempos de Júpiter em Capricórnio, nada melhor do que essa lembrança vinda por um sextil: é preciso guardar para o inverno. Mas pode que seja delicioso!, lembra a Vênus, apaixonada também por essa vida microscópica (e quem não é microscópico afinal?)
                 Vênus borbulhante, já com dois copos de gengibirra na mão: um para ela mesma e um para a Lua, que finalmente vem ao seu encontro.

Gengibirra:
Use água mineral; outras matam o fermento. Eu compro uma garrafa de 2l, coloco a água em uma jarra, deixo só um fundinho onde diluo 1cc de fermento biológico seco e então adiciono 1 xícara de açúcar (ou menos).
No liquidificador, bato gengibre (aproximadamente 1 ½ colher de sopa) e suco de um limão com um pouco da água, côo e junto à água com fermento e açúcar da garrafa. Costumo bater mais algumas vezes esse bagacinho do gengibre para extrair todo o sabor. Por último coloco o restante da água, mas não completo a garrafa, deixo uns 3 dedos e apertando a garrafa, faço com que o líquido chegue até a boca e tampo; ela vai ficar toda torta mas quando o líquido fermentar a garrafa vai ficar é inchada. Quando estiver bem dura é hora de levar à geladeira.

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