11 agosto 2020

colher

 

                 A Lua mingua exaltada; em mútua recepção com Vênus que chegou há pouco em Câncer. Minguar com Vênus acarinhando é melhor né? Com tanto fogo lá fora é bom se aninhar e se sentir protegide. No começo da tarde a Lua quadra o Sol. Aguenta. Fica aqui. O corpo é o presente. Faz muito sentido hoje a expressão "dormir de conchinha".

                 "A colher, por sua vez, traz acolhimento e maternalidade; traz a psique do punhado, também muito ancestral, e já era conhecida pelos antigos egípcios. 'Na Idade Média existiam colheres de madeira e também de ouro e prata', conta Joseph Redón. De sopa, de sobremesa, de chá, de café: ela é uma medida. Traz intimidade, e é o prenúncio do vaso. Nela estão todos os nossos sonhos do côncavo. É tratada como fundamental quase sempre e, quase sempre, também não podemos imaginar a cozinha, ou mesmo pensar na comida, sem sua presença – sem a presença firme e certa de uma colher de pau. Ela é típica no sentimento misterioso da mistura e da transformação. Tudo o que se mistura dentro de nós reconhece a presença de uma colher." 

(Gustavo Barcellos)

 

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